sexta-feira, março 16

Chega de Segurança, falemos da FUNAI

Na época do descobrimento do Brasil, os índios carijós habitavam as terras de Santa Catarina. Essa tribo foi considerada extinta no século XVIII. Em 1991, no entanto, a Sra. Maria Inês Ladeira, antropóloga, brasileira, publicou sua - e exclusivamente sua - tese de que o grupo teria, na verdade, se refugiado no interior do continente, e seriam ascendentes dos embiás paraguaios.

Eu nem sabia que índios lêem teses de antropólogos. Mas esses leram. Leram e, prontamente, se mudaram para o Morro dos Cavalos, na região de Floripa. Perto da BR-101, que estava por ser duplicada. A FUNAI, então, sempre alerta, contratou a Sra. Maria Inês (quem mais?) para conduzir o processo de demarcação da área como reserva indígena e, na seqüência, impediu as obras do DNIT, exigindo (1) que a estrada passe por baixo do referido morro - túnel com um custo adicional de R$150.000.000,00 - e (2) uma indenização aos índios, pelos danos causados ao seu terreno.

Em resumo: uma tese não compartilhada por qualquer antropólogo provocou a importação de índios paraguaios, a interferência da FUNAI, o embargo de obras públicas por mais de uma década, um aumento de custo de milhões, e a área, inóspita, nem recebeu status de reserva. Esse processo está, agora, tramitando no STJ.

Só pra esclarecer: do que os índios vivem? Do Bolsa Família. O que eles vão fazer com a indenização? Comprar terrenos em outro lugar, pois o relevo por lá nem permite atividades de subsistência, e migrar. Opa! É isso mesmo? Reserva indígena sem índios?!

Eu queria estar brincando, mas juro que é sério. Ah, Brasil...

Leia o resto dos absurdos nas palavras de José Edward, in Veja.